quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Ônix

Que olhos!
Mas que diabo é essa menina
Ela tem uma coisa que me faz parar de rir
Me faz esquecer que sou herói
Faz-me silencioso e simplesmente um reles apreciador

Deve ser algo de hipnótico naqueles olhos negros
Me deixam sem piscar
Me deixam neurótico
Me fazem pensar
Porquê tão profundos assim?

Ela tem a alma nos olhos
Olhos que mostram ainda um pouco mais
Mostram um lado diferente de seu jeito tão gentil
Onde seus sorrisos já não brilham há algum tempo

Podem ser só minhas dores de amores já enterrados
Refletidas em um espelho da minha própria mente atordoada
Que olhos!
Sinto que a quero perto

Me vejo como uma bruxuleante vela
Tentando com afinco
Derreter o temível gesso que parece comprimir o coração dela
Eu sei!

Dentro desse gelo todo há um brilho maior nos olhos dela
Eu posso fazer-me incêndio
Mesmo que sendo só um toco de vela
Ainda que eu tenha que consumir-me em cinzas e cera
Mas não sem antes ver uma ponta desse brilho

Sempre que os vejo não consigo deixar de admirá-los
São as pedras Ônix mais bem lapidadas pelo próprio Deus
Pedras que sabe-se que tem poderes mágicos
Meu Deus do céu! Que olhos!

Eu fico com aquela cara de bobo
Aquela mesma que todos os homensa fazem pelo menos uma vez na vida
Geralmente ela é acompanhada por mente vazia e frases incoerentes
De repente acaba o assunto
E então conversa-se por horas

Mas que conversar o quê!
Eu ficaria dias
Quiçá meses aqui sentado
Só sentindo aqueles olhos
Que me devoram por dentro
Mesmo sem querer ou saber
Eles fazem com que me liberte de tudo
Sorria sem motivo e voe alto
Discursando comigo mesmo:
Deus do céu! Que olhos!

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