quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Maldita Saudade (um poeminha antigo*)

Maldita Saudade.
As vezes ela vem do nada.
Me faz sorrir,
Lembro dos teus olhos azuis
E de tua risada estridente

Ás vezes, sento nos bancos de uma praça qualquer
Observo crianças correndo
Fico imaginando qual seria tua aparência hoje
Será que serias forte como o pai?
Ou serias atencioso como a mãe?

Então choro.
Lembro das noites em claro
Parece que ouço teus soluços no quarto ao lado
Me revolto por ter sido tão fraco naquelas horas.
Lembro do frio. Fazia muito frio naquele outono.

Queria ter super-poderes.
Gostaria de poder ter tomado tua dor
Ou quem sabe o teu lugar nesta viagem.
Minha alegria infantil era te segurar nos braços
Arquitetar brincadeiras para quando você fosse grande o suficiente

Agora estou aqui outra vez
Olhando pra essa lápide fria
Com milhões de lembranças corroendo meu ventre
Penso na mãe, no pai,
Sinto orgulho da força deles
Sinto vergonha por não ter sido forte
Por ter agido como a criança que eu era.

Já está ficando tarde
Ouço o barulho do trem e vejo nuvens pesadas se avolumando
Prometendo chuva pesada para a noite
Preciso voltar para casa

Essas lágrimas teimosas
Se misturam à tinta e borram minhas palavras
Mas não te preocupes
Eu juro que tenho vivido.
Cresci, amei, tenho amigos os quais considero irmãos
Mas mesmo assim

Queria que você estivesse aqui meu irmão.

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